“Não faço ideia do meu propósito” — era uma vez uma borboleta!

 

Uma história para quem sente que está atrasada na vida — mas só está a transformar.

 

Muitas pessoas, em algum ponto da sua jornada — espiritual ou não — sentem que simplesmente… não são boas em nada.

Elas olham à sua volta e veem talentos a florescer, projetos a nascer, dons a serem reconhecidos.

Há momentos em que a alma silencia.
Sentem-se desligadas da sua essência, sem clareza, sem rumo , e dentro delas cresce uma inquietação:

  • “E eu? O que vim cá fazer?”
    “Qual é o meu propósito? E o meu dom?”
  •  

Procuramos sinais, respostas, talentos… e quanto mais procuramos, mais parece que tudo se esconde.

Sentem-se medianas. Não são péssimas, mas também não se destacam. E esse “meio-termo” parece cruel quando o coração clama por propósito.

Vivemos numa era que glorifica o talento imediato, a missão clara, os caminhos já definidos. No trabalho, nos relacionamentos, na vida espiritual.

E quem não tem isso tudo… sente-se à margem. Sente-se menor.

Começam a duvidar de si mesmas.
Procuram nos outros a resposta que deviam encontrar dentro de si.
E mergulham numa espiral de frustração silenciosa, perguntando:

  • “Será que tenho mesmo uma missão?”

Mas e se o problema não for a ausência de um dom…
E sim o tempo que ele ainda precisa para nascer?

Queremos tudo agora. E quando não vemos resultados ou talentos claros, começamos a duvidar de nós próprios. Procuramos nos outros as respostas que não conseguimos encontrar dentro de nós:

“Sou boa em quê?”
“É aqui o meu lugar?”

Mas talvez o problema não seja a ausência de um dom. Talvez o problema seja a pressa.
E foi isso que a borboleta veio ensinar.

Antes de voar com leveza e beleza, a borboleta é apenas um ovo.

Depois, é uma lagarta que rasteja, muitas vezes ignorada ou subestimada.

E então, entra num casulo — um período silencioso, escuro, invisível aos olhos do mundo. Ninguém vê o que está a acontecer ali dentro. Ninguém aplaude a transformação. Mas ela acontece.

E um dia… ela emerge. Transformada. Completa. Pronta para voar.

Assim também é com a alma.

A borboleta é a metáfora viva da transformação invisível.
E a tua alma… pode estar exatamente nesse processo agora.

Se sentes que estás perdido(a), sem talento, sem missão…
Talvez ainda estejas no teu casulo.
Ou talvez sejas ainda só a casca a estalar — e isso também é nascimento.

Confia no ritmo invisível da tua alma

  • * O teu dom pode ainda não ter florescido — mas ele existe.
    * O teu propósito pode estar escondido — mas ele vibra dentro de ti.
    *  A tua missão pode não ter nome — mas já pulsa na tua alma.
  •  

Nem todas as borboletas nascem ao mesmo tempo.
Nem todos os propósitos gritam. Alguns sussurram.

O que hoje parece confusão, amanhã pode ser clareza.
O que hoje parece mediocridade, amanhã pode ser o solo da tua sabedoria.

A espiritualidade da borboleta convida-nos a honrar todas as fases do caminho.
Mesmo aquelas em que nada parece estar a acontecer.
Mesmo aquelas em que duvidamos de tudo.
Mesmo quando ainda não fazemos ideia do que viemos cá fazer.

O mais importante não é sabermos o destino, mas confiarmos no processo.
Porque, no tempo certo, algo belo irá nascer.

E o que hoje parece vazio… pode ser apenas espaço fértil à espera da tua luz.